quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A base gremista


Por Guilherme Kalsing

Olá galera do blog Titular Da Rede. Não é costume nós titulares que escrevemos nesse espaço colocar nome nos textos ou escrever colunas sobre algum assunto. Mas quebro essa regra hoje para escrever sobre um assunto muito importante nos atuais momentos do futebol brasileiro e mundial: Categoria de base. E meu foco está nas categorias de base do Grêmio.

Quem acompanha nosso programa na Rádio Unifra sabe que sempre comentamos sobre as categorias de base, e eu sempre procurei acompanhar jogos das inúmeras categorias muito mais que os resultados obtidos pois sempre entendi que uma categoria de base forte é o espelho do time profissional. Mas antes de partir para uma análise mais ampla devo dizer que na base os resultados é o que menos importa, nela formar jogadores (se pensarmos apenas no futebol)  deve ser colocado em primeiro plano, vencer como segundo.


Voltando especificamente o Grêmio. O ano de 2011 para a base é um dos piores em termos de resultados, jogadores e planejamento por parte do tricolor. No ano, os garotos das diversas categorias chegaram a disputar inúmeras finais e acabaram perdendo, coisas do futebol. Mas falando em planejamento, organização, e estratégia não é surpresa para ninguém que as categorias de base foram jogadas as moscas pela atual direção tricolor que manteve uma estrutura que vinha falhando nos últimos dois anos até o mês de setembro. Ao assumir o clube, o diretor de futebol Paulo Pelaipe resolveu dar "novos ares" e mudou técnicos, preparadores e filosofias de trabalho, mas nada mudou aparentemente.

Acredito que um planejamento é essencial, mudar no meio de um ano só prejudica, mas acreditem, no caso do Grêmio os jogadores são o maior problema. Pego como exemplo os atuais jogadores que fazem parte do grupos do sub-18 ao sub-20, grupo que participou até ontem (13/12) do Campeonato Brasileiro Sub-20. Tive a oportunidade de acompanhar todos os jogos in loco aproveitando que estou de férias da UNIFRA e nada melhor que acompanhar futebol.

Pois bem, o rendimento gremista nos quatro jogos foi perto do lastimável. Não estou pegando pesado ou querendo fazer tempestade num copo d' água, longe disso, mas é uma triste realidade que foi percebida por todos que estavam no estádio Carlos Denardin nos jogos do Grêmio. Um time sem alguma formatação tática, jogando com 3 volantes, um meia armador e na frente dois atacantes que nada produziam. 

Problemas táticos eram evidentes no meio campo gremista. Seus volantes subiam ao ataque e deixavam seus zagueiros sem proteção alguma contra os adversários. E não foi apenas numa partida, aconteceu em todos os jogos do Grêmio. Contra o Atlético-GO o time vencia até aos 45 minutos do segundo tempo e acabou cedendo o empate num lance de azar do goleiro. No jogo contra o Santos, foi a única partida de exceção dos gremistas e mesmo assim venceram na superação.



Veio o jogo contra o Avaí. Em 90 minutos jogados o Grêmio chutou apenas 3 vezes em gol empatando em 0 x 0. Na partida decisiva contra o Botafogo  mais uma vez a inoperância e perda dos jogadores em campo foram o retrato da equipe que empatou também em 0x0 e foi desclassificado pelo papelzinho, já que empataram em todos os critérios inclusive em cartões amarelos.

Mudanças que pouco acrescentaram 


O técnico é novo mas maneira antiga que não deu certo em 2010/2011. Três volantes sendo que um virava um meio ofensivo, um meia de ligação ( aliás os três jogadores que atuaram na posição são tecnicamente muito fracos) e nenhuma jogada trabalhada. No último jogo, esse do papelzinho contra o Botafogo, o treinador iniciou com três atacantes sendo que era visível que o problema do time era na armação. Em suma, um time completamente perdido dento das quarto linhas.

Mas você pode se perguntar: Mas e salva-se algum jogador desse time? Respondo que alguns tem lampejos de um futuro, mas nada muito promissor como dirigentes tricolores acreditam. Aponto alguns desses atletas - Tiago goleiro, Rodrigo zagueiro, Misael e João volantes e Yuri Mamute. O último tem muitas, mas muitas dificuldades de posicionamento e finalização apesar de ser centroavante.
Um time que pouco produziu em 2011 - Repr.Grêmio.net

Em suma, a base gremista está largada e com futuro nada empolgante para torcedores. Base que até 2009 rendia frutos, Carlos Eduardo, Lucas, Mithyuê, Cássio, Bussato, Spessato, Saimon, Neuton, Pessali e Fernando. Todos esses garotos são da safra de Julinho Camargo e Rodrigo Caetano que trouxeram planejamento, organização e projeto para a garotada gremista. 2010 e 2011 nada se construiu, não se revelou nenhum jogador para o time principal, jogador que esteja pronto para vestir a camisa tricolor.

O Grêmio parou no tempo. A base gremista é um retrato de sua direção e de um time principal sem identidade!

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