Por Flávia Müller, Nathale Kraetzig e Maiara Bersch
Se você ouvir falar sobre Adir Machado Xavier, talvez não saiba de quem se trata, mas se falarmos do Pino, volante do Grêmio e vice-campeão brasileiro com o Botafogo, certamente se lembrará. Em quase 20 anos de carreira, Pino passou por grandes clubes brasileiros, e também pelo Nacional, de Montevidéu. Foi no Riograndense, de Santa Maria, que o volante pendurou as chuteiras. Ele botava ordem no meio-campo e ajudava muito os defensores.
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Pino vestiu a camisa do Grêmio - foto:Arq.Pessoal |
Mas vamos voltar um pouco no tempo. Pino começou a carreira em 1986, na sua cidade natal, Santana do Livramento. Foi no Armour, time que disputava a Série C do Campeonato Gaúcho, que ele deu os primeiros passos nos campos de futebol. No mesmo ano, se transferiu para o Grêmio Santanense. Não demorou muito para o volante, então com 21 anos, chamar a atenção dos grandes da capital. Pino chegou ao Grêmio em 1991. Já no ano seguinte, se transferiu para o Botafogo do Rio de Janeiro. Foi no clube carioca que o volante viveu um dos melhores momentos na carreira, quando foi vice-campeão do Brasileirão de 92. Pino defendeu 22 times ao longo da sua carreira. Jogou pelo norte e nordeste do Brasil, no Náutico, Bahia, Vitória. Pelo Rio Grande do Sul, defendeu Brasil de Pelotas, 15 de Campo Bom e 14 de Julho, entre outros.
A hora de parar
Em 2005, depois de disputar a Série B do Gauchão pelo Riograndense, Pino decidiu que era o momento de parar de jogar. “Tive problemas nos ligamentos do joelho. Até teria condições de continuar, jogar mais alguns anos, mas algumas situações acabaram me desmotivando”, conta o ex-jogador.
As situações a que Pino se refere são os baixos salários e as dificuldades de se jogar em times do interior. O ex-volante cita alguns dos “perrengues” (apertos/sufocos) que teve de superar e que acabaram pesando na decisão de deixar os gramados. “Quando joguei em Santa Maria, morava em um hotel, mas muitos dos meus companheiros moravam na concentração. No inverno, era um chuveiro para 15, 20 pessoas tomarem banho. Era comum que os salários atrasassem. Isso não é um problema exclusivo do Riograndense, é a condição da maioria dos times do interior. Não é fácil”, comenta. Pino ainda tem um processo em andamento com um de seus empresários, que nunca lhe repassou o valor estipulado dos empréstimos aos times pelos quais atuou. Mas ele se mantém otimista: “Se Deus quiser, eu sei que o que é meu vai voltar para mim”, destaca o ex-jogador.
A boa da vida de boleiro; Santa Maria; um pouco de passado, um pouco de futuro
Embora as inúmeras dificuldades que enfrentou ao longo da carreira, Pino é um cara alto astral e, no balanço da sua vida nos campos, se considera satisfeito. “Eu aproveitei bem a minha carreira no futebol. Por onde eu passei, deixei amigos, sempre mantive boas relações com todos. Pelos clubes onde joguei, até hoje sou bem recebido”, conta o volante. Como jogador, conheceu muitas cidades pelo Brasil e pela América Latina, mas decidiu ficar em Santa Maria porque se diz um apaixonado pela cidade. O esporte amador do município surpreendeu o ex-jogador. Ele afirma que, em nenhum outro lugar, viu uma organização tão boa das categorias amadoras quanto em Santa Maria. Além disso, acha que aqui é um ótimo lugar para desenvolver a educação dos seus filhos.
Atualmente, Pino trabalha como segurança em uma loja de eletrônicos de Santa Maria. Logo depois que parou, ele treinou as escolinhas da Fundae. Seu sonho é voltar ao mundo da bola como técnico e, inclusive, já fez cursos para isso. “Pretendo um dia estar de novo nos campos, mas do outro lado, como técnico. E quem eu puder ajudar, vou ajudar, ressalta Pino.”
Grande Pino. Saudações e eternas saudades xavantes
ResponderExcluirGostei da trajetória desse craque espero que consiga realizar seu sonho de técnico.Um ser humano maravilhoso.
ResponderExcluirEu tive o prazer de jogar no amador com esse excelente meio campo em Santana do livramento !!
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