sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O futebol e a Fisioterapia na vida de Padilha



Por Camilla Guterres, Gabriela Fogliarini, Gabriela Perufo e Mauricio Araujo 


Jogador de futebol, fisioterapeuta e com uma simpatia contagiante. Desta forma se define um dos profissionais que levou o nome da região central do Estado para a Europa. Pedro Luís Padilha, fisioterapeuta de 53 anos, recebeu-nos em seu consultório para compartilhar as experiências vividas como atleta e, atualmente, como fisioterapeuta. 

Em uma sala com paredes de cor azul, destacam-se pinturas que harmonizam o ambiente e um retrato da esposa Thaís e da filha Isadora, que sem receio algum de demonstrar, é o orgulho do pai. Ainda na sala, observam-se vários equipamentos clínicos, para o tratamento com os pacientes. Natural de Tupanciretã, Terra da Mãe de Deus em Tupi, foi onde Padilha deu seus primeiros chutes, ainda criança. Com um sorriso no rosto e simplicidade nas palavras, a conversa inicia em 1975, ano em que saiu do futsal para jogar no time semiprofissional e depois profissional do Grêmio Esportivo Pedro Osório, o GEPO, em Tupanciretã. 

Os sonhos de muitos garotos era uma realidade para Padilha, e esse ano, parece ter sido inesquecível para os primeiros passos de um futuro profissional. Mas, como todo homem que completa 18 anos, a obrigação com a Pátria teve que ser cumprida em 1977, em Santa Maria. No ano seguinte, retornou à cidade e ao time que o revelou. Então, como destaque do time, foi se salientando entre os demais e as propostas começaram a surgir. 

Em 1979, surgiu a grande e inesperada oportunidade de jogar na Europa, mais precisamente em Portugal, no time da Associação Acadêmica de Coimbra, como centromédio. O jovem, que então tinha 21 anos, teve a chance de realizar um sonho, e o fez. No entanto, não era apenas partir para a nova vida com a mochila nas costas. Havia a condição do pai, de ingressar na faculdade, pois, segundo Padilha, “os estudos estavam acima de tudo”. O jogador chegou a Portugal em novembro de 1979, porém, a aprovação na faculdade não foi possível e a condição do pai falou mais alto. Em julho de 80, ele voltou para Santa Maria. 

Padilha não escondeu que a obrigação de retornar o deixou chateado na época, mas falou que, analisando a respeito disso nos dias de hoje, foi a melhor escolha que o pai fez. Atualmente, joga no time de veteranos da UFSM, categoria 50 anos, pois como ele mesmo declara aos risos, sua vida é “correr atrás da bola”. 

O colorado e funcionário público da UFSM formou-se em Fisioterapia e exerce sua profissão nos dias atuais. Pós-graduado em Medicina Esportiva pela PUC-RS, conta que trabalha com vários atletas e ex-atletas dos clubes santa-marienses. Quando questionado se torce pelo Riograndense ou pelo Inter de Santa Maria, responde que simpatiza com os dois clubes e assiste aos jogos tanto do Periquito quanto do Alvirrubro, mas em risos completa: “Os dois clubes foram adversários do GEPO, mas tenho uma simpatia pelos dois, talvez um pouco mais pelo Riograndense, pois tenho amigos que já passaram por lá.” 



Quando fala sobre as dificuldades que passou enquanto morou fora do Brasil, Padilha ressalta que, além de ter ido embora novo, sofreu muito preconceito. “Naquela época, existia muito preconceito com os estrangeiros. Não nos convidavam pra frequentar as festas do time, por exemplo.” E no futebol? “No futebol nunca sofri preconceito...” e conclui, sorridente, dizendo “em campo todos são iguais, o futebol tem esse poder, de igualar todo mundo.” 



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